quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SÃO PAULO, SAMPA

Não há nada melhor que o centro de São Paulo, um caldeirão de diversidade, uma síntese do Brasil. Evidentemente que São Paulo é vista de modo particular por cada um de seus moradores, nesse sentido, escrevo sobre a São Paulo que eu gosto. Escrevendo, é inevitável não pensar na música de Caetano Veloso, "Sampa" e de como tal composição dá conta dessa paulicéia desvairada. É a força da música em poetizar os espaços.



Resido em Barueri, 25 km do centro de São Paulo. No entanto, tenho preferência pela vida cosmopolita que acontece ali. Lembro-me que trabalhava como oficce boy, quando tinha de entregar algum documento, ou "fazer banco" na região central, dava várias caminhadas, meio que em círculos, pelas ruas 7 de Abril, Xavier de Toledo, Barão do Itapetininga, Viaduto do Chá, São Bento, etc. Andava à toa. Via as vitrines da 7 de Abril, da galeria do rock, parava para ver o homem pular no aro de facas (e nunca pulava), tomava sorvete no Mc, via as gatinhas, jogava fliperama, etc.

Hoje, esse costume, de certo modo, ainda persiste, mas em outra tônica. Ainda ando à toa por aquela região, mas não tenho mais paciência para ver as rodas dos artistas de rua. O olhar agora é outro. A percepção é diferente. Mais elaborada? Isso é questionável, pois fase é fase. Por exemplo, sinto-me em estado de êxtase quando estou no Viaduto do Chá, ao lado, o encanto do imponente teatro municipal, embaixo, uma artéria que viabiliza o trânsito da zona sul à zona norte, emendada com o Vale do anhangabau. Talvez, para nós, a Casa Rosada dos argetinos, pois é cartão postal, é referência. Outra coisa, passar por alí e não comer churrasco grego ao lado do Teatro Mvnicipal, não tem graça.

Sala São Paulo, Museu da Língua Portuguesa, Museu da Arte Sacra e a Pinacoteca, exibem uma arquitetura pomposa e convidativa para a exploração do seu interior. Lá dentro, comprova-se : Deus existe. Não se entra em um lugar desse sem sair mais aliviado da famosa tensão do dia-a-dia.

Encantatória também é a região da Augusta. Quando moleque, reuníamos uma galera "aqui da quebrada" e íamos ver "as primas". A propósito, muitos colegas, quando ouvem o nome Augusta, a associam e a reduz à prostituição. A Augusta é muito mais que isto. A começar pelos cinemas, pelas lojinhas, que vendem raridades em CDs, DVDs, VHS, Vinis, etc.

Là você encontra ambientes agradáveis como o famoso Frevo, o "frevinho", onde se come o tradicional e delicioso beiruth, a pizza bacana e barata de O Pedaço da Pizza, porções e Heineken no Athenas Café, salada no Vanilla Café. Pode-se comer Temaki no Yoi, tem também a comida árabe no Kebab Salonu. Como se vê, a Augusta é muito mais do que pensam. Sem falar nos ambientes que passam pelo Jazz, rock etc, daí ser uma das ruas mais movimentadas do centro de São Paulo às sextas feiras. Drag, emos, rockeiros, gays, prostitutas, artistas, mendigos, descolados, universitários, etc., concentrados numa que já não é mais aquela rua da paquera dos anos sessenta, onde rachas e desfile de belas garotas povoavam aquela região. Ela agora cresceu, se diversificou.

Nessa região há a maior concentração de cinemas alternativos do Brasil. Na Augusta está o Espaço Unibanco e o CINESESC. A poucos metros dali você está no Cine HSBC Belas Artes, na Paulista está o Cine Bombril, na mesma avenida o belo Reserva Cultural. A propósito, a Paulista é a Paulista.

Um dos meus lugares preferidos, fica mais abaixo, o Papo Pinga e Petisco. Esse ambiente transmite uma energia singular. Um antiquário onde se pode comprar o que está na decoração e uma música ambiente compõem o cenário desse espaço, perfeito para papear. Os pratos, baratos, variam de carne seca desfiada, carne louca, salgadinhos, vinho de garrafão e, claro, pinga. Ali, ao lado do Espaço dos Satyros e do Parlapatões, teatros que mantêm em seus cartazes peças de segunda a segunda.

Quanto às casas noturnas, limito-me a falar das casas que privilegiam o samba rock. Se não der um pulo no Bexiga, não se conhece o Teatro Mars, que , na verdade, é mais um espaço voltado para shows de excelentes bandas de samba rock, o teatro fica só no nome. Às terças feiras tem samba rock e swing nostalgia no Hotel Cambridge, bem próximo a estação do Anhangabau, onde Djs da velha guarda dirigem o projeto Vinil é Cultura. Na Av. Rio Branco fica o Green Express, onde se dança muito ao som de muita nostalgia. Tem mais na Vila Madalena. Enfim, São Paulo é São Paulo.

Como disse no início, essa é minha São Paulo, você certamente relataria uma outra São Paulo, ou não?


abraços!

domingo, 12 de julho de 2009

Bom, agora arrumei um tempinho para escrever. Devo, inicialmente, agradecer minha prima, Suzana, que me indicou o lugar que estou hospedado,albergue Portal del Sur. O lugar è completo e muito organizado. Paga se 40 pesos, ou algo como R$ 23,00 por noite. Na sexta-feira, quando cheguei, nao havia nada no bar atè 00:00, de repente, uma festa. Eu jà conhecia e tinha uma boa impressao de “los ermanos”, porque conheci alguns em Balneario Camboriu" em Balneario Camboriu, hà uns trës anos, mas nao sabia o quanto os brasileiros sao queridos por aquí. Na primeira noite conheci gente de muitos lugares, Alemanha, Uruguai, Canada, EUA e uma mineira.No sàbado, ontem, fui andar a toa pela regiao central, impressao que darei outra hora. Normalmente planejamos um roteiro, mas, pelo que vejo, o melhor è nao ter. A noite planejava ir ao Maluco Beleza, uma balada com temàtica brasileira, ou para a Pacha,onde se ouve musica eletronica.Fui atè Puerto Madero, a Jardins de Buenos Aires, tomei um cafè, tirei algunas fotos e voltei. No entanto, outra festa no hostel, aniversario do Juan, 90 % do pessoal era de Buenos Aires. Gente bonita, homens, mulheres, cerca de 50 pessoas. Como os brasileiros tem fama de festeiro, Juan me apresentou para quase todos, boa oportunidade para falar portunhol. Agora a tarde pretendo, atè segunda ordem, ir ao bairro La Boca.Viajar e sempre bom, ainda mais quando cada momento torna-se uma novidade, seja ela uma boa vista de uma obra arquitonica, seja pelos trabalhos artesanais na calle Florida, ou por sentar em uma mesa de um boteco e alguem lhe peguntar se voce e brasileiro e, tambèm, “¿es corintiano?”

sábado, 4 de julho de 2009

La gripe porcina

A atitude do governo da Grã-Bretanha de reduzir o alerta da gripe, sob o argumento de que o que tem que ser feito é lidar com ela de outra maneira, em vez de fechar todos estabelecimentos, já que ela veio pra ficar, portanto deve se adquirir novos costumes para evitá-la. Isso parace ir na contramão do que tem feito algumas cidades, notadamente São Gabriel, no RS, ou La Plata, na Argentina, onde foi decretado o fechamento de centros culturais, teatros, zoológicos, etc.

De fato, vai na contramão, mas a lógica da iniciativa do governo britânico faz mais sentido. Uma vez que existe essa gripe, ela não será extiguida, e sim, fará parte do rol de doenças já elencadas pela OMS. Muito em breve já não se verá mais notícias do tipo "André Marques está com a nova gripe"; 'Ator americano contraiu a nova gripe". Essa é apenas mais uma das doenças que, infelizmente, ainda aparecerão com o tempo. Agora, imaginemos: alerta mundial, ninguém sai de casa nos quatro cantos do mundo, não se pode ir mais à padaria, à escola, etc. (?). Nesse sentido, há que se buscar meios de evitar uma exposição maior aos que contrairam a gripe, iniciativas, como às recomendadas por alguns infectologistas, como lavar a mão sempre, dormir bem, se alimentar-se bem, para adquirir mais resistência à doença, caso a contraia.


Uma colega, a Luciana, recifense, está em Buenos Aires e disse que não há tanto pânico como diz "los medios de comunicación." Recentemente pensei até em mudar meu intinerário para Cuzco, na Bolívia, depois de conversar com uma local via Skype, e ela me dizer que só um caso da tal gripe lá, mas...dá não, gasta-se bem mais! Também falei com o Miguel "ermano" de Bs As, e, diante da ansiedade, coloquei a seguinte situação: se fosse ele que tivesse uma viagem programada para o Brasil, diante desse contexto, se ele viria, e ele, "Si, claro". Isso indica que embarcarei mesmo dia 10 próximo.

Saludos!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

São Paulo - Buenos Aires

Não há nada melhor que o centro de São Paulo, um caldeirão de diversidade, uma síntese do Brasil. Evidentemente que São Paulo é vista de modo particular por cada um de seus moradores, nesse sentido, escrevo sobre a São Paulo que eu gosto. Escrevendo, é inevitável não pensar na música de Caetano Veloso, "Sampa" e de como tal composição dá conta dessa paulicéia desvairada. É a força da música em poetizar os espaços.

Resido em Barueri, 25 km do centro de São Paulo. No entanto, tenho preferência pela vida cosmopolita que acontece ali. Lembro-me que trabalhava como oficce boy, quando tinha de entregar algum documento, ou "fazer banco" na região central, dava várias caminhadas, meio que em círculos, pelas ruas 7 de Abril, Xavier de Toledo, Barão do Itapetininga, Viaduto do Chá, São Bento, etc. Andava à toa. Via as vitrines da 7 de Abril, da galeria do rock, parava para ver o homem pular no aro de facas (e nunca pulava), tomava sorvete no Mc, via as gatinhas, jogava fliperama, etc.

Hoje, esse costume, de certo modo, ainda persiste, mas em outra tônica. Ainda ando à toa por aquela região, mas não tenho mais paciência para ver as rodas dos artistas de rua. O olhar agora é outro. A percepção é diferente. Mais elaborada? Isso é questionável, pois fase é fase. Por exemplo, sinto-me em estado de êxtase quando estou no Viaduto do Chá, ao lado, o encanto do imponente teatro municipal, embaixo, uma artéria que viabiliza o trânsito da zona sul à zona norte, emendada com o Vale do anhangabau. Talvez, para nós, a Casa Rosada dos argetinos, pois é cartão postal, é referência. Outra coisa, passar por alí e não comer churrasco grego ao lado do Teatro Mvnicipal, não tem graça.

Sala São Paulo, Museu da Língua Portuguesa, Museu da Arte Sacra e a Pinacoteca, exibem uma arquitetura pomposa e convidativa para a exploração do seu interior. Lá dentro, comprova-se : Deus existe. Não se entra em um lugar desse sem sair mais aliviado da famosa tensão do dia-a-dia.

Encantatória também é a região da Augusta. Quando moleque, reuníamos uma galera "aqui da quebrada" e íamos ver "as primas". A propósito, muitos colegas, quando ouvem o nome Augusta, a associam e a reduz à prostituição. A Augusta é muito mais que isto. A começar pelos cinemas, pelas lojinhas, que vendem raridades em CDs, DVDs, VHS, Vinis, etc.

Là você encontra ambientes agradáveis como o famoso Frevo, o "frevinho", onde se come o tradicional e delicioso beiruth, a pizza bacana e barata de O Pedaço da Pizza, porções e Heineken no Athenas Café, salada no Vanilla Café. Pode-se comer Temaki no Yoi, tem também a comida árabe no Kebab Salonu. Como se vê, a Augusta é muito mais do que pensam. Sem falar nos ambientes que passam pelo Jazz, rock etc, daí ser uma das ruas mais movimentadas do centro de São Paulo às sextas feiras. Drag, emos, rockeiros, gays, prostitutas, artistas, mendigos, descolados, universitários, etc., concentrados numa que já não é mais aquela rua da paquera dos anos sessenta, onde rachas e desfile de belas garotas povoavam aquela região. Ela agora cresceu, se diversificou.

Nessa região há a maior concentração de cinemas alternativos do Brasil. Na Augusta está o Espaço Unibanco e o CINESESC. A poucos metros dali você está no Cine HSBC Belas Artes, na Paulista está o Cine Bombril, na mesma avenida o belo Reserva Cultural. A propósito, a Paulista é a Paulista.

Um dos meus lugares preferidos, fica mais abaixo, o Papo Pinga e Petisco. Esse ambiente transmite uma energia singular. Um antiquário onde se pode comprar o que está na decoração e uma música ambiente compõem o cenário desse espaço, perfeito para papear. Os pratos, baratos, variam de carne seca desfiada, carne louca, salgadinhos, vinho de garrafão e, claro, pinga. Ali, ao lado do Espaço dos Satyros e do Parlapatões, teatros que mantêm em seus cartazes peças de segunda a segunda.

Quanto às casas noturnas, limito-me a falar das casas que privilegiam o samba rock. Se não der um pulo no Bexiga, não se conhece o Teatro Mars, que , na verdade, é mais um espaço voltado para shows de excelentes bandas de samba rock, o teatro fica só no nome. Às terças feiras tem samba rock e swing nostalgia no Hotel Cambridge, bem próximo a estação do Anhangabau, onde Djs da velha guarda dirigem o projeto Vinil é Cultura. Na Av. Rio Branco fica o Green Express, onde se dança muito ao som de muita nostalgia. Tem mais na Vila Madalena. Enfim, São Paulo é São Paulo.

Como disse no início, essa é minha São Paulo, você certamente relataria uma outra São Paulo, e é isso que pretendo fazer em minha estada de 15 dias em Buenos Aires, do dia 10 ao dia 25 de julho, relatar o que aquela cidade tem a nos oferecer. Muitos blogs me ajudaram, possivelmente falarei de valores $ num próximo post. Sendo assim, a intenção aqui é exercitar a escrita e oferecer mais informações que sejam relevantes para quem quer fazer um passeio deste.


abraços!